O sociológo Polonês ZYGMUNT BAUMAN, retrata a cidade invisível de ítalo calvino em seu livro " vidas desperdiçadas", como uma cidade que vai além da cidade imaginária que nós habitantes estamos acostumados a viver. A cidade por ele retratada é a cidade das paixões pelo consumo material, onde se tenta ao tempo todo desfrutar das coisas novas e diferentes, recíclavéis e descartavéis. Esta cidade é a cidade da verdadeira paixão da modernidade, onde o principal desejo é expelir, descartar o impuro, mesmo que esse a ser descartado seja o próximo ou melhor um ser humano. Essa idéia refuta a idéia do lixo que jogado fora anima as pessoas a voltarem a consumir novos produtos sem mesmo se importarem com os odores que os atinge em alguns momentos, vindos do amontoado lixo ao redor da cidade. Esses habitantes da cidade moderna, esforçam-se em manter-se distantes do refugo humano, produzido pela apropriação exagerada das oportunidades da vida social e da riqueza como um todo. Por esses privilégios, esses grupos privilegiados da sociedade moderna se encontram numa situação de medo e desconforto e fazem do consumo prazeroso, uma das formas mais proeminentes de sua ignorância em relação ao outro, do descarte do outro, na sociedade moderna. Nesse contexto, o consumo emerge como uma forma de satisfação evitando o tremor da exclusão e do descarte humano cada vez mais crescente e que funciona como uma espécie de depósitos odiáveis de seres humanos que por sinal, nem sempre têm a capacidade dde se reciclar. O paralelo da produção em massa como o crescente refugo humano que se produz e se reproduz em quantidades também crescentes dentro de curtos espaços de tempo, refletindo a imortalidade do refugo humano e sua capacidade de renovar-se. Faz sentido que a globalização seja uma forma de expansão econômica e distribuição de seres humanos dos países desenvolvidos que se entende como um processo de remoção que se expressou inicialmente com a colonização e conquistas territóriais imperialistasm, que resultou no confinamento do modo de vida moderna, de uma parte privilegiada do planeta. Essa desigualdade fez com que os países desenvolvidos recorressem aos países subdesenvolvidos tecnológicamente para encontrarem soluções do problema da superpopulação, do desemprego em massa, que são problemas produzidos internamente nesses países desenvolvidos. Isso perdurou até quando a modernidade permaneceu como algo compulsivo, obsessivo e vicioso. Depois que a modernidade se tornou uma condição de vida universal, surgiram os efeitos dde sua universalização por causa da extensão da mercantilização, da comercialização e da monetarização dos meios de subsistência da humanidade que entraram em todas as sociedades. com isso se universalizou uma crise produzida globalmente cujas soluções tentam ser encontradas dde uma forma isolada, como se os problemas fossem locais. A procura da solução está relacionada com a aceleração da indústria da produção, do refugo humano extinto, excluido do processo integrativo do exercício de cidadania e de seus direitos gerais, incluindo os direitos laborais, que representavam a base de sua existência biológica, social e cultural. A falta de espaço para a remoção e para a reciclagem desse lixo humano, fez com que a questão da segurança fizesse parte da pauta da agenda política moderna, incluindo a centralidade do problema dos imigrantes e de pessoas em busca de asilo, dando uma nova faceta ao mundo contemporâneo, o que do ponto de vista sociológico essa nova faceta do planeta é resultante dos efeitos do modo de vida moderna sobre o universo social, o que põe em cheque a nova identidade dos indivíduos, em função das remoções e das imigrações recorrentes em todo o mundo. Esse processo excludente incorpora as prisões que da tarefa de reciclar, passaram a ser depósitos de lixo humano. Isso ocorre para resolver o problema da crise, que, atingiu a industria de remoção de lixo, por cauisa do ápice em que chegou a modernidade, já que todo o lixo é considerado venenoso, contagioso, perturbador da ordem. As prisões nesse caso, funcionam como meios de isolamento desses indivíduos do meio social e do convívio em geral. Essa é uma forma de acelerar a biodegradação e a decomposição desses indivíduos tratados literalmente como lixo. O trabalho, a previdência social e o apoio da família deixaram de ser meios de reintegração dos indivíduos presos á sociedade. O trabalho também tornou-se uma atividade descartável devido a volátilidade das empresas e suas atividades. Numa alusão ao antigo BIG BROTHER, que tinha como desejo a inclusão, a integração dos desajustados, dos estranhos, dos menos dotados e dos menos habilidosos. Contraditóriamente, o atual BIG BROTHER, está preocupado em excluir o maior número possível de indivíduos, identificar as pessoas desajustadas e não permitir que elas se aproximem. Os agentes da imigração dispõem de listas de pessoas cuja entrada não deve ser permitida, assim como os bancos têm listas de pessoas que não merecem crédito. Os proprietários de imovéis dispõem de circuitos de televisão para controlar os indesejados e mantê-los longe das portas de suas casas. o BIG BROTHER universalizou-se e está presente nas partes periféricas e marginalizadas do espaço social, como guetos urbanos, campos de refugiados e prisões.
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Todos os comentários (571)
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e construimos estadios para copa.absurdo!!!
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Música boazinha de escutar,
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Não reclame do metrô. Tenha certeza que Salvador hoje é Terra sem Lei, e um "projeto" ferrorama que se arrasta por 12 anos.
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Adorei seu comentário !
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demais
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a voz de um Homem um 'Homem'
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Que crítica maravilhosa! Zé Ramalho merece muito respeito. Obrigada cara!
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Sensacional, isso.
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Adoro essa música, acho que ela reflete muito bem a realidade brasileira, hoje em dia pouca gente tem a audácia de falar sobre esses temas, a única banda de hoje em dia que eu conheço que fala sobre esses temas sociais é a Banda Joule:
soundcloud. com/bandajoule
tcotia 3 semanas atrás 13
Sou roqueiro, metaleiro e motoqueiro, porém não sou farofeiro mas sou BRASILEIRO o som da guitarra muito bem tocada, a bateria como sempre suprema na melodia do rock e metal, o rock BRAZUKA não é mais o mesmo como nos anos 70 e 80, talvez por volta de inspiração, agora ficar falando por ae, que este clássico não é bom, sendo EU BRASILEIRO não posso negar uma excelente MPB como esta música a este grande profissional, toca muito. Parabéns Zé Ramalho. Vamos motocando e tocando a vida. Forte abraço.
Troopersnipers 1 semana atrás 9