quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013





                        Qual é o Papel do territorio no contexto global?
 

      Os novos Territórios surgidos a a partir do século XX, têm sido convencionados como os Territórios  Mundo. A difusão dos processos relacionados às relações de Trabalho, Difusão de Informações e Uniformização ou Homogeinização Cultural têm dado lugar à um espaço despersonalizado despojado de sua Essência original. Na verdade há uma Naturalização da Pobreza e da Miséria passando a Idéia de que com a Difusão da Globalização, a exclusão Sócio-Espacial ocorre de uma maneira rápida. A exclusão sócio – espacial tem uma relação direta com a concentração de Capital nos Oligopólios capitalistas, que é um processo excludente tendo como consequências a resistência de grupos, de Movimentos Sociais inclusive de Religiosos Fundamentalistas. A espansão do Capitalismo e da Sociedade de consumo, chamada de Globalização incluí o esvanecimento dos processos culturais regionais e impõe o reordenamento dos modos de Vida e dos Espaços, aglutinando Novos Territórios.  Porém,  a Globalização não ocorreu de uma forma linear. Passou por fases, crises, desenvolvimento tecnológico e refreamentos Sócio-Políticos e, tem como base de sua sustentação o Capital Financeiro, os fluxos mercantis e Financeiros das grandes Corporações Transnacionais. Por outro lado,  pode-se dizer que o território possui uma dimensão mais subjetiva considerando o carácter mercadológico que possui. O Território também tem uma identidade própria e uma dimensão mais objetiva relacionada com a dominação do espaço na perspectiva Moderna, o território é visto dentro de uma visão Utilitarista como um Instrumento de domínio que está relacionado com a satisfação das necessidades humanas, mas de grupos específicos da sociedade, e não dos deuses como era nas sociedades tradicionais. Com isso,  fica claro que, o Território passa - nos a idéia de um Espaço dominado Socialmente.  Na Sociedade Moderna, a fragmentação territorial está subjacente ao sistema e é importante para a sua reprodução, começando pela Instituição da Propriedade Privada. Na Sociedade moderna há uma dessacralização da natureza, que é moldada pela mobilidade dos fluxos financeiros e pelas redes que tendem a assimilar todo o tipo de cultura estrangeira.




AUTOR: Manuel Diogo                         (2013)

                                             BIBLIOGRAFIA:
ZYGMUNT BAUMAN ( vidas desperdiçadas – 2005)
ZYGMUNT BAUMAN ( modernidade líquida – 2001)
ALBA ZALUAR ( um século de favela – 1998)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AS ENTRELINHAS DA "SOCIOLOGIA"




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        Como Educar os Angolanos considerando suas diferenças Culturais e Sociais num contexto Global, Sem perder suas referências? Que dinâmicas devem ser desenvolvidas para garantir que os Angolanos tenham poder de barganha dentro do contexto Global, sem perder de vista a marca histórica das profundas desigualdades sociais, que fazem do País, um país tão distante e tão diferente em relação aos demais?




         O censo do programa das nações unidas para o desenvolvimento avaliou o período que vai de 2007/2008. Nesta avaliação, Angola ficou na posição de 142 num total de 177 países, superado inclusive por países como Cabo Verde. O país apresentou uma taxa de alfabetização de 67,4 % da população, distribuída em três grupos segundo critérios da organização das nações unidas para a educação, ficando configurado da seguinte maneira: Menores de 15 anos (47,7%), 16 a 59 (47,9%), + 60 (4,4%). Infelizmente o censo não incluiu os impactos da expansão do acesso à educação romovidos após essa data, o que poderia melhorar a posição conquistada pelo nosso país. O II congresso internacional sobre o ensino técnico e profissional organizado pela (UNESCO) em Seul,na Coréia do sul de 26 a 30 de abril de 2009, mostrou como a evolução das tecnologias e a revolução da informação e da comunicação,influenciam no processo de mudança social que ocorre com uma incontrolável rapidez, e como essas transformações provocam uma maior mobilidade de mão de obra e dos fluxos de capital com influencias relevantes sobre a desigualdade entre ricos e pobres, neste caso específico os países ricos sobre os países pobres, criando nestes últimos, altas taxas de desemprego, nos setores industrial e rural de igual maneira. O sistema educacional Angolano, beneficiou-se de inúmeras reformas que possibilitaram a expansão e o acesso à educação de diversos grupos sociais, inclusive o gênero feminino, que de uma forma geral, essa população não se encontrava tão integrada assim! Dessa forma, o país continua carecendo de mão de obra profissional técnica que, seria o avalanche para recuperar a produção e a difusão da microempresa, que são elementos importantes à diversificação da receita do estado e um caminho para reduzir o problema do desemprego em Angola. Acredito que, o país precisa de fortalecer o ensino técnico profissional de nível médio dando ênfase a escola pública e  possibilidades seqüenciais para os alunos que desejarem buscar uma educação de nível superior. Diferentemente dos países desenvolvidos que a educação técnica- profissionalizante foi superada no  passado, Angola precisa criar seus mecanismos de acesso à  universidade caracterizados por duas modalidades: A Licenciatura e o Bacharelado, sob livre escolha do candidato. Essas duas especialidades darão ao aluno no final da sua formação, condições de Lecionar ou de ser Pesquisador por serem especialidades que se dão paralelamente ao curso de graduação. Neste caso, o país precisa remar ao contrário para criar uma mão de obra local especializada, o que ajudará na solução do problema do desemprego e auxiliará no desenvolvimento da econômia e no desenvolvimento de Novas Tecnológias. A Escola Pública principalmente a Escola de Ensino Médio, precisa ser fortalecida com maiores investimentos e em parte ser autonôma para que ela possa estabelecer uma aliança com as Empresas nacionais e estrangeiras numa relação escola / Mercado que ponha o Aluno do Ensino Médio em regime de Estágio, póis isso resultará numa grande vitória para a Educação em Angola impactando na Mobilidade social das famílias Angolanas. Aqueles que possuirem Títulos e graus mais elevados como Doutorado ou Mestrado , poderão Administrar as instituições primárias e segundárias Públicas e de nével Médio, para dar ao Aluno Angolano, uma base de conhecimento sólido e de carácter geral, dando a ele condições de fazer o Ensino Médio e Superior em condições de igualdade epistemológica em termos Internacionais. Uma parte de Professores com títulos de Mestrado, Pós Graduação e Licenciatura, auxiliaria na elevação do nível de graduação dos diversos cursos do Ensino Superior. De qualquer modo, dentre as seis metas do programa Educação para todos, monitorado pela UNESCO, lançado no ano 2000, no fórum mundial de Educação em Dakar ( Senegal), a primeira é a que o país mais se aproxima de realizá-la dentro do prazo estipulado que é o acesso, o que não significa melhoria na qualidade da Educação e nem garante a permanência da população estudantil na escola sem a instituição de bolsas de estudos para esses Alunos principalmente os alunos do Ensino Médio . De uma maneira geral, tudo dependerá de se o país utilizará ou não o critério da UNESCO que pede o investimento dos 6% do PIB (produto interno bruto em Educação) Somando-se a isso, é necessário implementar Novas Politicas de distribuição de renda e aperfeiçoamento Profissional dos Professores que, pode ser feito de várias formas, quer por intermédio de debates entre especialistas em Educação nacionais ou convidados estrangeiros, quer por intermédio de seminários, incluindo necessáriamente a criação de Novos Empregos. Fica claro, que o Cumprimento do artigo 10º do capitulo III da organização do sistema de Educação do Ministério da Educação do Governo Angolano, da lei de bases do sistema de Educação adotada em 31 de Dezembro de 2001, só será possível, considerando - se todos os fatores analisados e avaliados aquí neste artigo, sob o risco de criarmos uma sociedade eternamente partida com duas gerações distintas que terão oportunidades desiguais, na Educação e no mercado de trabalho. Por um lado, os descendentes de indivíduos formados pela enfraquecida Escola Pública e por outro lado os descendentes formados pela Escola Privada beneficiada pelo carácter mercadológico apoiado pelos bancos por intermédio do Crédito bancário, neste contexto inacessível às populações mais pobres da nossa sociedade.
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OBS: Este trabalho tem carácter sociológico e pode ser utilizado por quem tenha interesse em Educação. É um trabalho que, incluí uma análise critériosa sobre o processo Educacional Angolano, dentro de um contexto mais amplo, em que se insere o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia aliados ao Mercado Profissional e que alcança níveis cada vez mais elevados e com uma velocidade quase que incontrolável.
·         Espero estar a contribuir para alguma coisa construtiva dentro das espectativas que se tem com relação aos axiomas que norteiam as Sociedades atuais.  

·         AUTOR; Manuel Diogo

·         REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

·         PORTAL DA UNESCO- 2010

·         DADOS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE ANGOLA SOBRE A EDUCAÇÃO -2010

·         RELATÓRIO DO BANCO MUNDIAL SOBRE A ECONÔMIA ANGOLANA -2007

·         ENTREVISTA COM SIMON SCHWARTZMAN SOBRE A EDUCACÃO -1998





AS POLITICAS DE  REMOÇÃO DE "POPULAÇÕES URBANAS" NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO,  SÃO A EXPRESSÃO DE  DISPUTAS DE TERRITÓRIO ENTRE RICOS E POBRES, OU REPRESENTAM O ÁPICE DO BEM-ESTAR SOCIAL?

     A segmentação sócio - espacial e a fragmentação do espaço urbano, são formas de apropriação, separação, exclusão e classificação social no contexto da modernidade – pós modernidade. Este processo, faz parte da extensão, da expansão e do crescimento das cidades que, levam o comércio e os setores privados, a expulsão “legal” via estado, de moradores de algumas áreas urbanas,  para a extensão de negócios ou para a valorização de propriedades. Portanto, há pessoas envolvidas em competição de território dando espaço para a segregação espacial de determinados grupos, raça, etnia ou classe social. Aí está efetivamente a origem dos guetos também chamados de morros, favelas ou barrocas, como uma consequência da apropriação do espaço urbano por grupos sociais diferenciados, prática recorrente nos países em desenvolvimento, também chamados de países emergentes. Essa apropriação ocorre a partir das relações de poder econômico desses indivíduos ou setores, que é o universo definidor da renda, do lucro, da produção e da configuração do domicílio das famílias em todo o mundo. Porém, o mercado de trabalho, no capitalismo liberal, define a renda do trabalhador a partir de suas habilidades adquiridas no universo educacional / profissional, e em alguns casos, consideram-se também as características " naturais" desses indivíduos. O processo de remoção dessas populações, ocorre a partir de uma aliança entre o estado e os setores privados, essencialmente o setor imobiliário. A partir dessa relação, se consolidam as representações simbólicas das populações que habitam essas áreas, dando a elas um sentido  negativo com carácter perjorativo que passa a vigorar para a consolidação dessas políticas. È a partir desses mecanismos que são construídos os discursos representativos para a legitimidade deste processo, que tem como pano de fundo, não essencialmente a solução de um problema local, mas, a implementação de um projeto global que em tese está  relacionado com o capitalismo liberal no contexto da pós modernidade, que possuí a lógica do lucro, de transformar todas as cidades em grandes empresas tendo como fetiche, a transformação dessas cidades em cidades modelo do desenvolvimento. Dessa maneira elas ganham as condições necessárias para receber os investimentos privados nacionais e estrangeiros e promover a livre circulação de turistas de todas as partes do planeta. Porém nem sempre o projeto satisfaz as necessidades das populações locais, que são prejudicadas pela expansão do capitalismo liberal, sob o princípio da transformação do espaço e da habitação em mercadoria. Este princípio,está intrinsecamente ligado a outras três questões sociais que são: A propriedade privada / a moradia / e o consumo. A propriedade privada é, sustentada pela reprodução do capital; a moradia pelo fato de ser uma mercadoria valiosa e cara; e a cidade como um lugar de alto consumo, que pressupõe privilégio de um público específico, que são as elites que nela residem e os turistas que a frequentam. Nesse sentido, as cidades ganham um caráter mercadológico, um núcleo para a extração de lucro, perdendo sua utilidade original de uso (lugar de moradia e de lazer para todos). Conclui-se que nesse fenômeno global, podemos identificar a existência de classes antagônicas no contexto das cidades modernas, disputando espaços territoriais entre si. Em síntese, as cidades são marcadas por desigualdades sociais e econômicas, pela diversidade, considerando a existência de mansões, cortiços, favelas ou barrocas lado a lado. Essa diversidade, expõe uma relação direta entre espaço, tempo e fator histórico - cultural, que se apresentam na configuração de novos espaços e no surgimento de novas cidades. Em tese, quando essas políticas não são implementadas de uma maneira objetiva considerando os interesses das partes envolvidas no processo, tendem a assemelhar as classes econômicas, que são os detentores do capital e que comandam a economia como um todo, e as classes mais pobres entre si, aprofundando as diferenças entre as elites e a população mais pobre da sociedade.

AUTOR: Manuel Diogo ( Sociólogo Graduado e Licenciado pela Universidade Federal do Rio de janeiro e Pós – Graduando pela Universidade Gama Filho, pesquisador sobre políticas Educacionais e sobre os processos de Urbanização das cidades)

Bibliografia:

ZYGMUNT BAUMAN, (MODERNIDADE LÍQUIDA 2001)

ZYGMUNT BAUMAN (VIDAS DESPERDIÇADAS 2005)

LICIA DO PRADO VALADARES (A INVENÇÃO DA FAVELA - DO MITO DE ORIGEM À FAVELA .COM 2005)

ALBA ZALUAR & MARCOS ALVITO ( UM SÉCULO DE FAVELA 1998)             

ANDREW GUNDER FRANK &CEPAL & LUIZ PEREIRA & GINO GERMANI & JORGE GRACIARENA  (URBANIZAÇÃO E SUBDESENVOLVIMENTO 2007)